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29 de abr. de 2010

utopia e barbárie

Silvio Tendler. Você tem a seguinte pretenção: Contar a hitória do século XX, contar a história da esquerda no período e ainda contar a história de sua vida como ativista político e cineasta. Isso tudo em 120 minutos, na sala 4 do Espaço Unibanco da Augusta. Ora, Silvio. Se você ama tanto o cinema, a imagem, a utopia etc. Por que em seu filme você desconfia tanto do poder da imagem, da montagem, para valorizar o poder da fala retórica, da palavra escrita e do didatismo histórico enfadonho das cadeiras escolares?
Amigo historiador. Gosto do seu "Glauber - Labirinto do Brasil", mas tanto "Milton Santos" como esse "Utopia e Barbárie" não são filmes, mas teses de mestrado. Ou artigos jornalísticos ou qualquer coisa indefinível. Numa era de reprodução incessante de imagens. Para que serve um filme que corta e cola imagens de outros filmes e arquivos que podem muitas vezes ser encontrados no youtube?
Admiro as figuras de Eduardo Galeano, Fernando Solanas. Alguns dos entrevistados no filme. Mas tudo que falam pode ser interessante no conteúdo, mas não na forma. São na maioria intelectuais, e tenho certeza que se expressam melhor em sua máquina de escrever do que para uma câmera.

27 de abr. de 2010

terra vermelha

Revi o filme de Marco Bechis. O tema é a causa indígena dos Guarani - Caiowá no Mato Grosso do Sul. A questão da posse de terras e a falta de eixo espiritual do índio foram questões muito bem estudados por Bechis. Estudadas talvez até demais. Porque o intectual muitas vezes atrapalha o artista. Seu filme é sincero, mas antiquado. Cerebral e monótono.

Com um pouco mais de coragem fotográfica, o tripé poderia ser abandonado. O que ajudaria numa maior inventividade cênica. O atores são bons, e o elenco indígena se esforça, mas vê-se que estão todos travados. Ontem falei com um amigo: "Sinto falta da intuição e coragem de Beto Brant, a pulsão encontrada em filmes como "Ação entre Amigos" e "O Invasor".