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29 de mar. de 2009

O Cinema 3D


Hoje, um dos melhores filmes em cartaz é O fundo do mar. Um documentário de 40 minutos sobre belezas e mistérios do oceano, projetado nas salas Imax 3d. Faço questão de lembrar do filme por uma simples razão: Exibido em formato tridimensional, O fundo do mar é uma experiência e tanto. De alumbramento quase infantil. Audiovisual como ele dever ser.


Vejam o filme. E recomendo não pelas valiosas informações que dá ao espectador ou por seu "roteiro brilhante". Nada disso. Vejo atualmete a arte do Cinema em crise: Novas mídias, menos público, filmes horríveis... O Cinema deve se reinventar. Medida urgente. Não é só com historinha de papai e mamãe em perigo que se pode fazer filmes.

Um curta de um colega> Luis labaki. Da ECA-USP



24 de mar. de 2009

O novo cinema do velho Clint

Dois filmes de Clint Eastwood nos cinemas. A troca e Gran Torino. Difícil escolher qual é o pior entre os dois. Irritantemente convencionais tanto na forma como no conteúdo. A troca é um pretexto fajuto para encher de prêmios a estante de Angelina Jolie. Um melodrama descabelado sem competência para a construção de personagens críveis. Um maniqueísmo tão simplório como o de uma novela mexicana.

Gran Torino é um western disfarçado. O próprio Clint interpreta uma espécie de Dirty Harry aposentado que deve trazer ordem ao seu bairro contaminado de delinqüentes. Seu personagem, como acontecia na tradição do western clássico, deve se sacrificar em prol da comunidade. Banal, para dizer o mínimo.

Eastwood nunca foi um grande cineasta. Mesmo que alguns de seus filmes tenham alcançado uma rara sensibilidade no cinema americano, como no caso de Pontes de Madison e o mais recente Cartas de Iwo Jima. O alarido que há sobre sua figura e seus filmes só acontece em razão da força mítica que o velho Clint traz consigo. Ele é um mito vivo. Mas só. Seus filmes não se tornam mais relevantes por causa disso.

18 de mar. de 2009

Novas luzes sobre Hitchcock

Intrigante a leitura de Fascinado pela BelezaAlfred Hitchcock e suas Atrizes, editado pela Laurosse. A terceira biografia do crítico norte-americano Donald Spoto sobre o mestre do suspense. Nessa nova obra, verdadeiras hecatombes sobre a vida pessoal de Hitchcock são reveladas cruamente. Ao invés de um gordo simpático e bonachão, que era como Hitchcock gostava de se vender, conhece-se agora um homem sexualmente reprimido, sádico e imaturo. Obsessivo e infeliz.

Disse uma vez o cineasta ao autor: “Eu tenho todos os sentimentos de todas as pessoas presos em uma armadura de gordura”. Para Robert Boyle, constante diretor de Arte nos filmes do cineasta, Hitchcock achava que não era atraente fisicamente, mas ao mesmo tempo reconhecia que tinha os mesmo desejos que os outros sentiam e frustrava-se pelo que sentia ser uma dificuldade, se não uma impossibilidade, de experimentar o amor recíproco.

Dentre outras revelações até agora impensáveis da vida de Hitchcock estão o seu gosto por piadinhas de duplo sentido, truculência nos sets de filmagem e até casos de assédio sexual. O mais grave decorrente de sua relação quase doentia com ‘Tippi’ Hedren, sua musa em Os Pássaros e Marnie. O diretor chegou a ameaçar destruir a carreira de Hedren em Hollywood caso ela não se deitasse com ele. Barra pesada, Alfred...

Mas o mais relevante de todas essas novas informações de cunho mais privado é que agora podemos ver sua obra usando novas lentes. Dentro de uma nova perspectiva de análise e apreciação. A angústia daquele homem autoritário. Seu voyeurismo diante do mundo, suas paixões reprimidas. Tudo isso está expresso em seus filmes. Suas obras falam, mais que tudo, sobre o próprio Hitchcock. Sua dor era sua arte.

Depois da leitura do livro de Spoto, nossa compaixão por Scott (James Stuart em Vertigo), Normam Bates e Marnie devem aumentar consideravelmente. Todos eles eram facetas atormentadas do mesmo artista.

17 de mar. de 2009

Blog Reinventado!

Ano novo, vida nova. A partir deste momento o CINE-VERDADE ampliará seu leque de ações. Quero ir além, e não somente escrever sobre os filme em cartaz nos cinemas, como tenho feito até aqui. Decidi também elaborar artigos, ensaios, crônicas, sobre o Tema Cinema... Infinito como qualquer outro.

Será uma mudança que virá muito bem a calhar para todos nós; tenho certeza. Autor e leitores terão o espírito reinventado.
Vamos indo... cantando arte.
sempre mudando.