analy

6 de dez. de 2007

Viagem a Darjeeling


Inevitável. O novo filme do diretor Wes Anderson dividiu opiniões de público e crítica. Você pode não gostar do cinema do diretor, mas há que se admitir que seus filmes são no mínimo originais.

Por mais que Anderson faça seus filmes margearem tanto no registro do drama como no da comédia, não caberia enquadrar seu cinema simplesmente como “comédia dramática”. Wes Anderson faz filmes à Wes Anderson. O que já é um ponto positivo.

Como disse, seus filmes podem tanto emocionar como fazer rir, e Viagem a Darjeeling não é diferente. Para meu gosto pessoal, acho que Anderson é mais feliz quando investe nos dilemas dramáticos de seus protagonistas. Na falta de uma melhor palavra, seu tipo de humor me parece um tanto quanto bobo.

Em entrevista ao jornalista Laurent Tirard, o cineasta Martin Scorsese diz que um filme deve ser como um quebra cabeça, que aos poucos vai dando suas peças para que o espectador as junte e monte o filme.

Na cena final de Viagem a Darjeeling é possível encontrar a peça-chave para compreender o que impedia o três irmãos de (metaforicamente) se encontrarem e se reconciliarem: Ainda faltava se desprenderem da sombra do pai, morto há um ano atrás. Há uma espécie de luto interrompido. E somente após esse desprendimento é possível aos irmãos andarem com suas próprias pernas e reatarem seus laços fraternos.

Viagem... vale, sim, uma espiada, mesmo que ainda eu ache seu primeiro filme - Rushmore - melhor que os demais. Muitas vezes supervalorizado, Wes Anderson ainda merece atenção.

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