analy

15 de dez. de 2008

Terra Vermelha

Difícil o ofício do crítico. Sem excesso de vaidade pessoal. Analisar um filme socialmente engajado às vezes é uma cirurgia de risco: Ver criticamente as qualidades estéticas do filme sem desmerecer a relevância do tema que ele traz à tona. Temas fundamentais como, por exemplo, a crônica questão indígena no Brasil, assunto de Terra Vermelha.

Não é bom o filme do italiano Marco Bechis. Regular, no máximo. O formalismo cênico e a ânsia em ser didático na construção dramática das seqüências comprometem o resultado final. Os próprios índios mato-grossenses interpretam sua história de luta contra fazendeiros pela posse da terra. Mas eles não são atores, o que gera um desconforto quando contracenam com profissionais.

O filme não está à altura do tema. Serras da Desordem, de Andrea Tonacci, para dar um exemplo recente de filme que tratava do mesmo problema indígena, foi muito mais longe como linguagem e tinha também mais contundência.

Um comentário:

Raphael Lima disse...

Cruel né brother? A Arte vive numa estância muito crua. E algo que não penetra nessa crueza não dá o grude essencial para este instrumento da Arte - O Cinema.