analy

2 de mai. de 2007

Proibido Proibir

Depois de um feriado prolongado estamos de volta. Acabo de chegar da sessão de Proibido Proibir, filme do chileno radicado no Brasil, Jorge Durán. Como disse o crítico Carlos Alberto Mattos em um texto sobre o documentário Cartola: Não gostei de não ter gostado de Proibido Proibir...

Tinha bastante expectativa pelo filme. Acompanho sua carreira com interesse desde sua passagem pelo Festival do Rio e na Mostra de São Paulo no ano passado. Além disso, admiro demais o trabalho em outros filmes da trinca principal de atores. Mas o potencial que o filme poderia ter (e acaba tendo, só que em poucos momentos) deixa bem a desejar.

Há talvez um excesso de temas no filme que acabam por se anularem entre si. Amizade, corrupção policial, falta de perspectiva para infância da favela, política, arte... Diversas fatias de nosso Brasil são ilustradas na tela. Um recorte mais definido cooperaria para um resultado mais interessante. Falta ritmo e unidade a Proibido Proibir.

Mas não sejamos injustos, nem tão parciais. Proibido Proibir tem qualidades. Uma delas é que seu diretor confia em seus atores. A eles é dada a possibilidade de se expressarem além do discurso falado. Costuma-se falar demais no Cinema Brasileiro, mas Durán sabe valorizar um olhar, um gesto, a sugestão.



Realidade Nacional, mas sem pessimismo: o “Sol voltará a brilhar...”.

É um filme que deve ser visto, com certeza. Proibido Proibir reflete sobre uma juventude que pode ir além da alienação e do vácuo ideológico que convivemos (que somos?). Os três jovens protagonistas deparam-se com um Brasil contraditório, cheio de seqüelas. Vale a pena lutar por ele? Ficamos com o ceticismo do personagem Paulo (Caio Blat) ou o anseio pela luta de León (Alexandre Rodrigues)?

O filme não é pessimista e a canção final nos convida à esperança de que o “Sol voltará a brilhar...”.

Um comentário:

Anônimo disse...

A temática me parece interessante.Gosto do assunto.Tenho observado,em parte, jovens completamente sem rumo ideal e direção.É uma pena.Que pobreza!Essas circunstâncias, a propria falta de identidade e sentido para a existência, levará,nesta geração, grandes porções ao desespero e angútisa de alma.Obrigado pela dica."oldneo"