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17 de nov. de 2008

Vicky Cristina Barcelona

Woody Allen é um cineasta contemporâneo, no sentido mais amplo do termo. Homem curioso e atento ao mundo que o cerca. Um tema atualíssimo como a cobiça material, por exemplo, foi o eixo central de dois de seus últimos filmes: Match Point e Sonho de Cassandra. Em sua nova obra, Allen discorre novamente sobre assuntos que no dia de hoje (!) inquietam nosso ser e estar no mundo.

O cineasta nova-iorquino é ainda um dos maiores do cinema. E um dos motivos para isso é que ele sabe muito bem reinventar-se como artista. Não repete fórmulas ou teses sobre assunto nenhum. Pode haver, claro, recorrências temáticas. Mas o que muitos críticos não se dão conta é que cada filme seu é uma obra singular, que merece sempre olhos frescos e respeitosos.

Não deve haver rótulos a diretores de cinema, por que engessam as possibilidades para novas leituras sobre suas obras. No caso de Allen, o que há ao acompanhar sua carreira é constatar o amadurecimento contínuo de sua visão sobre o cinema, o amor, a vida. E Vicky Cristina Barcelona é reflexo de tudo isso. É bobagem repetir a cada ano que seus filmes não ficam “aos pés” de suas obras-primas dos anos 80.

Vicky Cristina Barcelona é um ótimo filme. Sutil, inteligente. Muito engraçado. A mudança de ares do cineasta (é seu 4º filme rodado na Europa) só tem ajudado sua arte. Refletir sobre o amor e seus atuais conceitos e dilemas... Esse é o maior anseio do diretor, ao contar a história de duas amigas norte-americanas, Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson), que em Barcelona embarcam numa roda viva de novas experiências amorosas junto de um pintor de telas sedutor (Javier Bardem), e sua ex-esposa neurótica (Penélope Cruz).

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