analy

9 de jul. de 2007

Ratatouille


As animações se tornaram um dos maiores catalisadores de dólares da indústria. E o diferencial da época atual com a época áurea dos desenhos Disney, é que os desenhos contemporâneos são formatados pra agradar tantos os pequenos quanto aos adultos. Hoje não há problema algum em criar tiradas e gags que só fazem rir o público mais crescido.

Não costumo ter a mínima paciência com esse tipo de filme. É doloroso pra mim ver um “desenho animado”. Muito mais no cinema. Fico me contorcendo todo com aquelas lições de moral, o didatismo, as cantorias...

Mas o novo filme idealizado pela Pixar/Disney é algo fora dos padrões. Posso não gostar de vê-los, mas vi a maioria dos desenhos lançados nesses últimos anos, principalmente os da Pixar, e arrisco dizer que Ratatouille é de longe o mais excepcional dentre todos eles.

Mais que só acompanhar as desventuras do rato que sonha ser um grande chef de cozinha, o filme possui camadas de leitura suficientes para refletir sobre vocação, arte, a vida...

Antom Ego(Peter O'Toole): Crítico se humaniza a provar uma obra-prima da gastronomia.

Já disse aqui outra vez, citando Truffaut, que a arte têm o poder de nos humanizar, e é isso que ocorre com a figura do crítico de gastronomia Antom Ego, dublado no original por Peter O'Toole.

Esse personagem é o que talvez transforme Ratatouille em algo tão inesperadamente inesquecível. Ao experimentar uma receita de um prato camponês, desenvolvido pelo rato – cozinheiro, o crítico faz uma viagem interna de volta à infância. Uma experiência que o faz rever seus valores de crítica, de sua postura diante da gastronomia e da vida!

O que ele prova naquele prato, na realidade, é uma obra de arte que o humaniza e o transcende. É lindo!

5 comentários:

Brincando de Chef disse...

Oi, Josa
Fiquei sabendo do seu blog por meio da lista da UMP e achei muito bacana. parabéns! Vou adicionar nos meus favoritos, aliás, habilita seu feed prá ficar mais fácil saber quando o blog foi atualizado.
Beijos,
Débora Cheruti

Josa disse...

Oi débora!

Valeu pela visita.

Sinceramente irei pesquisar como "atualizo meu feed"...Não estou interado sobre essa ferramenta....

Mas, de qualquer forma, tento manter dois novos textos por semana. Queria até escrever mais, mas o pessoal reclamou que não conseguia acompanhar o ritmo.

abraços.

Anônimo disse...

Amigo Josa,

Faltou comentar a experiência Proustiana do passado recapturado, não apenas por lembranças, mas também evocado pelas desventuras psicológicas.
O exemplo da magdalene seria proveitoso!

ABS!!!
Marcos

Josa disse...

Sr. Fernandes Ross!

A viagem do crítico é Proust total, com certeza!

A crítica do Estadão, que saiu no dia da estréia, pautou-se no passado recuperado de Em Busca do Tempo Perdido...

grande abraço e valeu pela visita!

Anônimo disse...

Fa,
fui conferir e gostei .....
achei a história boa e nada banal.
a cena em que o crítico se delicia voltando aos anos pueris é ótima.
ufa...difícil mesmo é acompanhar este crítico.....ele vê tudo!
kiss
tuta veloso