
Eis um documentário que se propõe crítico, político, até. Mas Encontro com Milton Santos possui uma linguagem tão convencional que anulará qualquer impacto pretendido no espectador e na sociedade. Tudo é excessivamente mastigado, explicitado. Não há chance para um olhar ativo do público. Não há confiança nas imagens, tampouco tempo para refletir sobre as mesmas. Discurso oral e imagem lutam contra si.
30 filmes como esse poderiam ser lançados em nossos cinemas e o impacto continuaria irrisório. Do diretor de Glauber-Labirinto do Brasil, eu esperava um pouco mais de ousadia cinematográfica. É pertinente sempre não nos esquecermos do poder da metáfora, da sugestão e da inteligência da platéia!
2 comentários:
Josafá, será que o problema está em "ilustrar com imagens 90% do que é dito" ou em repetir no texto muito daquilo que é mostrado com imagens? Ou você acha que o filme tem "imagem demais"? Abraços, Carlos
Caro Carlos,
Seu pensamento é mais coerente, e expressa melhor o que quis dizer.
O problema é repetir no texto muito daquilo que é mostrado com imagens, realmente. Acredito que "falta confiança nas imagens", como disse em meu texto.
Fico lisonjeado com a visita.
grande abraço!
ps; Carlos Alberto Mattos é jornalista e estudioso de documentários.
Possui um blog sobre o cinema documentário:
http://oglobo.globo.com/blogs/docblog/
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