analy

16 de out. de 2007

Tropa de Elite (3)

Continuando...

Como disse no texto abaixo, é Matias, e não o capitão Nascimento, o personagem principal de Tropa de Elite. É talvez nele que deveríamos nos identificar e buscar algum direcionamento para que caminho tomar mediante à questões tão sérias.

Mas Matias não poderá exercer esse papel porque, ao longo do filme, ele perderá seus ideais e objetivos originais. Olhemos com atenção. Primeiramente André Matias é frustrado com a corrupção policial, em seguida, vive a impossibilidade de conviver com os estudantes de sua faculdade, usuários e financiadores do tráfico.

E por último, é manipulado por Nascimento para se tornar um assassino frio e brutal como o personagem interpretado por Wagner Moura. O BOPE, juntamente com as demais partes da sociedade, não dá alternativa a Matias a não ser lutar contra a violência com mais violência. Isso é trágico e nos desconcerta.

A execução final, o tiro que mata o traficante Baiano é na verdade um tiro em nós, espectadores. Cabe à sociedade, e não ao filme Tropa de Elite, encarar de frente nossa situação de barbárie. O que o filme nos dá é um beco sem saída, a tela escura e a frustração.

José Padilha quis com seu filme gerar debate, reflexão. Não nos dar alguma esperança ou um “bom programa” para o fim de semana...

2 comentários:

Anônimo disse...

Identifiquei-me muito com o Matias. Tenho vários colegas que também criticam a "polícia corrupta", criticam a sociedade omissa, a falta de consciência social de todos, etc, etc, mas que sustentam o tráfico comprando e consumindo cocaína, maconha e derivados. É paradoxal... e trágico.
Seu blog é bem bacana. Vou acompanhá-lo à partir de agora!
Abraço!

Josa disse...

Caro Leandro,

Valeu pela visita. Estou com alguns problemas em meu computador e talvez fique uns 15 dias sem postar.

Mas é uma paralização passageira. Palavra.

abraço,