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14 de out. de 2007

Tropa de Elite

Bem, como muitos notaram, tive alguns problemas técnicos nesses últimos dias e fiquei impossibilitado de postar no blog. Não sei o que era, simplesmente não conseguia conectar à rede (minha Internet é discada).

E, após esse pequeno recesso, nenhum outro filme poderia ser a pauta deste espaço a não ser o filme que já não é um simplesmente um filme, mas sim, um fenômeno, um filme-evento. De acordo com pesquisa publicada pela Folha de São Paulo, estima-se que aproximadamente 11.5 milhões (!) de pessoas viram ao filme antes mesmo de sua estréia. Nem José Padilha, o diretor do filme, sabe explicar o porquê de tanta procura.

Após sua exibição no festival do Rio, um forte debate sobre Tropa de Elite tomou conta dos veículos de comunicação. O que só prova a força do Cinema como instrumento para debate e reflexão. Uma arte com um potencial impressionante, capaz de pensar nosso tempo.

É no personagem de Matias (André Ramiro), que se deve ter mais atenção.

Capitão Nascimento não é herói, e está longe de sê-lo. Aqueles que se entusiasmam perante o personagem de Wagner Moura não foram capazes de perceber que Nascimento é um homem em crise. Uma crise que nem mesmo ele, o personagem, é capaz de verbalizar com lucidez. É no não-dito e na linguagem corporal do Capitão que suas contradições se revelam.

Cabe ao público, e só a ele, identificar as contradições do discurso do capitão. Um discurso que pode parecer esclarecedor, mas é limitado. Nascimento é resultado de um sistema brutal e em convulsão. Incapaz de ver a situação em que se encontra na perspectiva adequada.

Para uma melhor compreensão de Tropa de Elite, é recomendável reter mais atenção na figura do personagem Matias. É ele o personagem principal do filme, mesmo que não seja o narrador. Com os olhos mais atentos a ele se pode chegar mais perto das reais intenções de Padilha ao realizar o filme.

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