analy

15 de abr. de 2007

300 (2)

Lá vamos nós de novo. Gostaria de voltar aos 300. Primeiramente pelo grande número de comentários que gerou o primeiro post sobre o filme, e também por uma observação que fez meu grande amigo, Márcio Lopes.

Ah, já vou desde já esclarecendo que esse texto não é uma tentativa de me redimir em relação ao filme. Achei todos os comentários contrários ao meu ponto de vista bem pertinentes, mas minha opinião sobre o filme continua...

Porém, para não parecer que não gostei de NADA no filme, quero escrever sobre algo que pensei logo quando vi 300, mas acabou não entrando no meu primeiro texto.

Como lembrou meu amigo Márcio, a história é contada por um narrador. Mas não um narrador qualquer, ele na verdade foi um participante direto na luta contra os persas e companheiro próximo do rei Leônidas. O que pretendo ressaltar é que não é toa que tudo no filme soe tão exagerado, desde o número de persas, até a valentia do 300, etc. Há uma razão muito coerente para tudo isso. E quero reconhecê-la aqui.

Dentre as (poucas) coisas que gosto no grafic novel original são os momentos em que o “contador de histórias oficial” da tropa os envolve com as mais cativantes aventuras sobre os espartanos e o seu rei Leônidas. É assim que se criam os mitos, e é onde o recorte subjetivo de um indivíduo acaba se sobrepondo à verdade dos fatos.

O rei Leônidas quer virar mito poupando o personagem do “historiador”

O rei Leônidas sabe disso, e quer virar mito poupando o personagem do “historiador” da morte certa, já no final do filme. “Alguém têm que ficar para contar a história...”. Teríamos a existência desse filme se antes não tivéssemos as palavras de Heródoto em louvor a aqueles espartanos?

Por mais que fique incomodado com todo aquele sangue e exagero todo, sei que por trás há um sentido interessante. Aquela história é fruto do envolvimento pessoal de um soldado, e não importa que ela seja factualmente verdade ou não, mais importa que ela se torne inspiração para os demais espartanos. Toda a história sobre os 300 de Esparta não precisa ser verdade. Precisa ser a verdade somente para aqueles soldados. É o seu mito.

Toda nação cria e necessita de referências para sua história. Aqueles espartanos, na figura daquele narrador-sobrevivente, criaram um mito sobre a batalha contra Xerxes e o que vemos em excessos na tela é conseqüência de uma parcialidade, de uma intenção maior por trás daquilo tudo...

Acho isso bem bacana, até bonito...

5 comentários:

Anônimo disse...

Josinha,

Quero ver vc comentando esse aqui: http://www.imdb.com/title/tt0822858/

Anônimo disse...

Não achei o ante-sala no youtube. Como eu faço pra ver ?

Josa disse...

Pablito!

Ainda não coloquei o "ante-sala" no youtube, mas estou providenciando...

É um curta de 15 minutos sobre pessoas que moram em apartamentos à beira do Mihnocão. 3o e 4o andar.

Dou um toque...

Ah, amanhã escrevo sobre o "imdb.com/title/tt0822858/" (?)

Que ainda não vi, mas estou curioso... Vou ver de madrugada.

Internet discada é DUREZA!

ABRAÇO!

Aline disse...

Achei 300 decepcionante.
Mas 50% da culpa foi da minha própria expectativa. O.o

Josa disse...

Aline!

Valeu por entrar no clube que achou esse filme "decepcionante".

grande abraço!