analy

11 de abr. de 2007

Cartola!

Acabo de chegar da sessão das 22:00h do Espaço Unibanco. Quem me dera se desse sempre para, logo após de ver o filme, já escrever sobre ele com as impressões do filme ainda tão frescas na mente... Mas a vida é uma correria da gota e pequenos prazeresessecostumam ser exceções...

Já virou senso comum dizer quão estimulante é o momento para o cinema documentário, não só no Brasil, mas no Mundo. A sala em que vi o filme estava bem cheia, quase lotada. Em plena quarta-feira e às 22:00h! Tudo bem que hoje todo mundo paga meia-entrada, mas dando uma rápida olhada no perfil financeiro do público, pagar ou não pagar meia-entrada não parecia fator principal para ir ou não ao cinema.

Cartola é um protótipo do tipo de documentário que cresce cada vez mais. Um filme que margeia as fronteiras do documentário e da ficção. Este sincretismo de linguagem pode ser ilustrado pela história e filmografia do diretor do filme. O pernambucano Lírio Ferreira (Hilton Lacerda co-dirige o filme) não é um “documentarista”. Ele é um cineasta, simplesmente.

Após Baile Perfumando e Árido Movie, Lírio parece não ter dificuldade em se aventurar no campo do documentário. Neste exato momento ele finaliza as filmagens de mais um documentário sobre um músico: Humberto Teixeira, parceiro de Luiz Gonzaga, também um dos criadores do baião.

Cartola é muito mais um filme de “impressões” do que “informações”. Isso é excelente porque desmonta alguns mitos do documentário que vire e mexe assombram os próprios diretores de não - ficção . Aquilo de achar que informação pelo discurso falado é a melhor forma de aproximar o público de seu personagem ou assunto principal do filme. Acho que esse tipo de recurso (letreiros, muitas falação) mais afasta do que educa o espectador.


Com Dona Zica, seu último grande amor

Não me lembro de ter visto uma só indicação de data no material de arquivo do filme. E está corretíssimo! Encher um filme de datas e letreiros é muitas vezes desconfiar da força da imagem e do som. Desconfiar do próprio Cinema.

O filme é todo fragmentado, talvez por isso sempre tão estimulante. Os diretores acreditam na inteligência do público e passeiam pelas imagens de arquivo e antigos filmes de ficção com maestria. E esse material não serve como simples ilustração ou comentário, mas têm valor por si só. Eles muito nos acrescentam para a compreensão de uma época ou de um momento específico na história.

O personagem principal do filme claro que é Cartola, mas falar do melancólico sambista é oportunidade para rememorar as origens do samba, das escolas cariocas, da MPB!

Um belo filme. Quero revê-lo e com certeza voltar a ele mais uma vez. Cartola é um filme muito rico e abre muitos leques. Mas por hoje está bom...

5 comentários:

Anônimo disse...

Fa querido,
estava em dúvidas sobre ver ou não este filme, nao que cartola nao mereça....a vida anda tão cara ....mas depois de sua postagem irei sim.
agora 5afeira no unibanco é mais barato não?
kiss
tuta veloso

Josa disse...

Caríssima Tuta!

Quinta-feira têm mesmo descontos no Espaço Unibanco...

"Cartola" vale mesmo a pena. História do Brasil, MPB, do samba. Tudo está lá!

Cartola constantemente passava por maus bocados financeiros, e por um certo tempo teve que voltar a morar com o pai. A cena de Cartola cantando "A vida é um Moinho" para ele é tocante...

grande abraço.

Josa disse...

Ah,

Depois escreva o que achou, hein?

bjo!

Anônimo disse...

Fa,
my dear,
ainda nao vi o Cartola....vi ventos da liberdade.
E pesado, bom para entender a loucura da luta entre irlandendes e ingleses, bommmm de fotografia, mas um soco no estômago, é bom para treinar o English.
mande notícias.
repassei esse link para alguns amigos cinéfilos como nós.
tuta veloso
espero sua crítica!

Josa disse...

Olá Tuta!

Gostei muito de "Ventos da Liberdade". Espero escrever sobre ele no Domingo!

grande abraço,

josa

ps; Obrigado pela divulgação com os amigos...